quarta-feira, 18 de maio de 2016

Portaria 600, de 2016 MTPS – Dispõe sobre o seguro-desemprego do pescador artesanal

Portaria nº 600, de 10 de maio de 2016
(DOU de 12/05/2016)

Dispõe sobre as atividades de recebimento, habilitação, processamento dos requerimentos e pagamento do benefício de Seguro-Desemprego, durante o período de defeso, ao pescador profissional, categoria artesanal, por parte do Instituto Nacional do Seguro Social e do Ministério do Trabalho e Previdência Social.
O Ministro de Estado do Trabalho e Previdência Social, no uso das atribuições que lhes conferem os incisos I e II do parágrafo único do art. 87 da Constituição Federal, e tendo em vista o disposto no artigo 2º da Lei nº 10.779, de 25 de novembro de 2003, e na Lei nº 7.998, de 11 de janeiro de 1990,
Resolve
Art. 1º Compete ao INSS o recebimento, habilitação e processamento dos requerimentos de Seguro-Desemprego do Pescador Artesanal – SDPA baseados em períodos de defeso cuja data de início tenha ocorrido a partir de 1º de abril de 2015.

§ 1º A Secretaria de Políticas Públicas de Emprego – SPPE do Ministério do Trabalho e Previdência Social – MTPS continuará exercendo as atividades de recebimento, habilitação e processamento dos requerimentos que não se enquadrem na hipótese estabelecida no caput, ou seja, baseados em período de defeso cuja data de início tenha ocorrido até 31 de março de 2015.

§ 2º À SPPE compete operacionalização do pagamento do SDPA em conformidade com prazos e critérios estabelecidos em resolução própria do Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador – Codefat.
 
Art. 2º Quando do processamento dos requerimentos será aplicada a legislação vigente à época da data do início dos defesos em que foram baseados.
Art. 3º O atendimento aos beneficiários de que trata esta Portaria será realizado pelo INSS e pelo MTPS na forma prevista em suas respectivas Cartas de Serviços e nos termos do artigo 1º.
Art. 4º As informações necessárias ao requerimento, processamento, habilitação e pagamento dos benefícios serão disponibilizadas reciprocamente entre MTPS e INSS mediante acesso direto aos sistemas corporativos informatizados, fornecimento de arquivo eletrônico ou integração de sistemas.
Parágrafo único. Caso as informações referidas neste artigo não sejam disponibilizadas mediante acesso direto aos sistemas corporativos, poderão, quando formalmente solicitadas, ser fornecidas mediante extração especial dos bancos de dados.
Art. 5º Os processos administrativos relativos aos requerimentos dos benefícios permanecerão sob guarda e responsabilidade do órgão competente para o seu processamento, na forma do art. 1º.

§ 1º Quando houver a necessidade de consulta a processo administrativo que não estiver sob a sua guarda, o órgão do INSS ou do MTPS solicitará ao outro o envio do expediente, preferencialmente por meio eletrônico, o qual deverá ser disponibilizado em até 5 (cinco) dias úteis, contadas do recebimento do pedido.

§ 2º O órgão solicitante providenciará a retirada do processo administrativo.

§ 3º O órgão do INSS ou do MTPS informará em até 5 (cinco) dias úteis, contadas do recebimento da solicitação, quando o processo administrativo solicitado não estiver sob sua responsabilidade, indicando a localização do mesmo.
Art. 6º Os prazos e procedimentos para apresentação de impugnações e recursos às decisões administrativas já proferidas no âmbito do MTPS continuarão inalterados.
Art. 7º Os requerimentos, habilitações, prazos e recursos referentes aos benefícios habilitados nos termos do caput do art. 1º sujeitar-se-ão às normas específicas do INSS que dispõem sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social, especialmente a Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, e o Decreto nº 3.048, de 06 de maio de 1999.
Art. 8º Caberá à Procuradoria Federal Especializada – PFE junto ao INSS assistir à autarquia quanto à legalidade dos atos praticados em virtude das atribuições fixadas neste ato.
Art. 9º Caberá à Consultoria Jurídica – CONJUR junto ao MTPS assistir à SPPE quanto à legalidade dos atos praticados em virtude das atribuições fixadas neste ato.
Art. 10. Caberá ao órgão responsável, nos termos do art. 1º, apurar as irregularidades apontadas no processamento do Seguro-Desemprego do Pescador Artesanal.

§ 1º Quando a apuração for de responsabilidade do INSS e a autarquia concluir pela irregularidade da habilitação do benefício, a mesma deverá comunicar à SPPE, diretamente por notificação do processo no Portal mais Emprego, para que se proceda à recuperação de valores pagos indevidamente conforme regulamentação do Codefat.

§ 2º Nos casos em que seja verificado, no ato de requerimento do benefício junto ao INSS, o recebimento indevido de SDPA concedido anteriormente, deverão ser restituídas as parcelas recebidas indevidamente pelo segurado, mediante guia de recolhimento da União (GRU) ou compensação nas parcelas do novo benefício, nos termos definidos pelo Codefat.

§ 3º Caberá ao INSS, na hipótese do § 2º, emitir a guia ou proceder à compensação no novo benefício.
 
Art. 11. Caberá aos Órgãos Seccionais, Órgãos Específicos Singulares, Órgãos Descentralizados e à Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social – DATAPREV, adotar providências de caráter técnico e administrativo para o cumprimento do disposto nesta Portaria.

§ 1º A DATAPREV disponibilizará ao INSS e ao MTPS as soluções tecnológicas necessárias para o processamento dos requerimentos do benefício.

§ 2º Os custos decorrentes das providências contidas no § 1º correrão por conta do FAT, na forma do art. 21 da Lei nº 7.998, de 11 de janeiro de 1990.

Art. 12. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.


MIGUEL ROSSETTO

sexta-feira, 6 de maio de 2016

Acesso ao seguro desemprego no período de defeso tem novas exigência

Direito trabalhista
Ministério da Agricultura e superintendências federais de Agricultura nos Estados passarão a exigir a apresentação de documentação para o pagamento do seguro defeso

por Portal BrasilPublicado: 06/05/2016 08h30

Última modificação05/05/2016 19h56
Foto: André Gomes de Melo/ GERJMapa criou normas para a classificação do pescador principal, pescador exclusivo (beneficiário do seguro desemprego) e pescador subsidiário
Mapa criou normas para a classificação do pescador principal, pescador exclusivo (beneficiário do seguro desemprego) e pescador subsidiário
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) começou a adotar novos procedimentos para concessão do benefício do seguro desemprego, durante o período de defeso, ao pescador profissional artesanal.
A informação foi divulgada nesta quinta-feira (5) pela ministra Kátia Abreu, durante a apresentação do balanço de sete meses da fusão do extinto Ministério da Pesca e Aquicultura ao Mapa.
O objetivo da medida é dar mais transparência à concessão do seguro desemprego ao pescador artesanal, beneficiando aqueles que dependem efetivamente da atividade pesqueira. Isso significa que a Mapa e as superintendências federais de Agricultura nos Estados passarão a exigir a apresentação de documentação para o pagamento do seguro defeso.
De acordo com o secretário de Aquicultura e Pesca do Mapa, Marlon Cambraia, os novos procedimentos para concessão do seguro desemprego durante o defeso foram recomendados pelo grupo de trabalho interministerial instituído pelo governo federal em 2015 para avaliar a situação do setor.
Também por orientação do grupo, o Mapa criou normas para a classificação do pescador principal, pescador exclusivo (beneficiário do seguro desemprego) e pescador subsidiário. Além disso, fez a adequação do Sistema do Registro Geral da Atividade Pesqueira.
O grupo interministerial constatou ainda que o Brasil tem hoje 300 mil registros de pescadores artesanais com pendências, aptos para serem suspensos. Esse contingente faz parte de um total de 1.103.969 pescadores existentes em todo País, nas diferentes modalidades. Os profissionais em situação irregular devem procurar as superintendências federais de Agricultura para regularizar o Registro Geral de Pesca.
O grupo de trabalho interministerial foi coordenado pela secretária de Mobilidade Social, do Produtor Rural e Cooperativismo do Mapa, Tânia Garib.
Fonte: Mapa

segunda-feira, 18 de abril de 2016

DIVULGADO CALENDÁRIO DE PAGAMENTO DO SEGURO-DEFESO


O calendário de pagamento do seguro desemprego dos pescadores artesanais, chamado de seguro-defeso, foi divulgado nesta sexta-feira (11), pelo Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat). Segundo o cronograma, o dinheiro será pago de acordo com o número final do PIS de cada pescador.
 
O seguro-defesa é concedido todo mês aos pescadores durante o período em que a pesca é proibida para garantir que os peixes consigam se reproduzir. O seguro é equivalente a um salário mínimo mensalmente.
 
De acordo com o Codefat, as parcelas serão pagas em lotes semanais. No primeiro dia, para trabalhadores com PIS finais 1 e 2; segundo, PIS finais 3 e 4; terceiro, PIS finais 5 e 6; quarto, PIS finais 7 e 8; quinto, PIS finais 9 e 0.
 
O pagamento é feito pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social, por intermédio da Caixa Econômica Federal. O dinheiro é depositado em conta simplificada ou poupança, sem qualquer ônus para o pescador.
 
Os trabalhadores também têm a opção de receber o valor pelo Cartão Cidadão ou direto nas agências. Para isso, deverá ser solicitada a transferência em até dez dias após o recebimento da parcela.
 
Com informações da Agência Brasil

terça-feira, 15 de março de 2016

Novo terminal pesqueiro vai gerar renda e incrementar turismo na região dos mercados de Aracaju

Victor Ribeiro/ASN
Terminal Pesqueiro Público de Aracaju é erguido na avenida Otoniel Dórea
O vai e vem das águas do rio Sergipe anunciam a chegada dos barcos de pesca na área em frente aos mercados municipais de Aracaju. Constantemente, embarcações e seus pescadores, que navegam em busca de sustento e contemplação, retornam a capital sergipana com a esperança de dias cada vez melhores. Em um dos barcos está Genilson Dias, que, para manter a família, abre mão de dias em terra firme e dedica-se há 21 anos a uma arte que só quem se entrega à vida no mar entende.
 
“É um trabalho digno e gosto do que faço. A gente passa 15 dias no mar e seis dias em casa. É uma profissão que muita gente não dá valor, mas quem é pescador sim, pois dá prazer. Trabalhando no mar, pelo menos sabemos que vamos receber logo e quem trabalha em outro lugar às vezes aguarda um tempo para ganhar”, relatou o pescador.
 
A poucos metros do local onde Genilson e outros pescadores atracam os barcos, trabalhadores e máquinas constroem, estaca após estaca, o Terminal Pesqueiro Público de Aracaju. A obra, erguida pelo Governo do Estado e orçada em R$ 14 milhões, é sonho de mais de 12 mil pescadores presentes em 27 colônias sergipanas. O local servirá como centro de comercialização de peixes e frutos do mar, oferecerá alimentos conservados em espaço limpo e refrigerado, e facilitará o acesso de consumidores.
 
Para Genilson, o Terminal nada mais é que um porto seguro, onde ele pode confiar sua carga e depositar a esperança de obter uma renda melhor. “Um local desses favorece muito a capital e todos os interiores. A gente espera que a situação melhore para gente, pois aqui [no atracador provisório] não temos comprador certo para vender. E quando houver o Terminal, pode ser que algumas fábricas de fora comprem nosso camarão. Assim daria uma renda melhor para gente e valorizaria o pescado”, declarou Genilson.
 
A limpeza e organização são algumas das vantagens que a conselheira fiscal da Colônia de Pescadores Z1, Rosa Clélia Lima, vislumbra com relação ao centro de pesca. “O Terminal é um avanço e uma conquista para os pescadores e colônias que correram atrás desse local. Imagino que o acesso para ancoragem da embarcação vai ser facilitado, e que nós e os consumidores teremos acesso direto ao pescado. Vai dar gosto trabalhar em um lugar assim, limpo e organizado, e que trará benefícios enormes para a população”, enfatizou.
 
Com área total de 1.256 m², o Terminal Pesqueiro Público de Aracaju é erguido na avenida Otoniel Dórea, em frente ao Mercado Antônio Franco, e conta com recursos provenientes do Governo Federal. De acordo com o diretor técnico da Companhia Estadual de Habitação e Obras Públicas (Cehop), Howard Lima, os pescadores terão acesso à cais de atracação com 632 m², além de áreas para recepção, seleção, beneficiamento e comercialização dos produtos, espaço para armazenamento de gelo e câmaras frigoríficas.
 
O secretário de Estado da Agricultura, Esmeraldo Leal, explica que além do benefício econômico, o terminal também será um ponto turístico, por estar em uma área de referência na capital. “Vai passar a ser um dos prédios mais bonitos do Centro, ficando dentro de uma paisagem urbana e valorizando ainda mais nossa cidade. Além, disso, o lugar também tem um peso extraordinário por ser o único ponto no estado que vai receber pescados com todas as condições higiênicas e sanitárias exigidas pelo Ministério da Agricultura”.
 
A concentração da produção de pescado no Terminal Pesqueiro vai proporcionar ainda, segundo Esmeraldo, o controle da quantidade produzida em Sergipe. “Teremos condições de organizar melhor a produção de peixe do estado, que é muito grande, e conseguiremos transformar isso em números para mostrar a força da piscicultura no estado”, concluiu o secretário.
 
O centro de produção e comercialização de pescados tem projeto pensado para proporcionar mobilidade para pessoas com deficiência e, dentre as dependências, apresenta sala de higienização de equipamentos, depósito, recepção e controle; espaço administrativo com lobby, lanchonete, cozinha, sala de reunião, salas administrativas, e câmara de espera. 
por Agência Sergipe

domingo, 13 de março de 2016

Ministro do Supremo restabelece pagamento de seguro-defeso

Decisão contraria governo e restabelece decreto aprovado pelo Congresso.
Barroso entendeu governo tinha interesse meramente fiscal em liminar.


Mariana OliveiraDa TV Globo. em Brasília

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), derrubou nesta sexta-feira (11) uma decisão tomada em janeiro pelo presidente da Corte, Ricardo Lewandowski, e restabeleceu decreto legislativo aprovado pelo Congresso que garante aos pescadores o pagamento do seguro-defeso, benefício previdenciário concedido pelo governo durante o período de proibição da pesca.
 
No recesso do Judiciário, Lewandowski concedeu liminar para suspender o decreto, aprovado em dezembro pelos parlamentares, por entender que havia risco aos cofres públicos.
 
O relator do caso, ministro Barroso, ao reavaliar a situação, derrubou a liminar porque considerou que o interesse do governo na suspensão do benefício era meramente fiscal. Para ele, o decreto tem intenção de proteger o meio ambiente, garantindo os benefícios aos pescadores em período de reprodução de peixes. O caso ainda terá que ser analisado em definitivo pelo plenário do Supremo.
saiba mais
Barroso ressaltou que a decisão de Lewandowski foi “prudente”, mas que, após ouvir os envolvidos no caso, verificou que o interesse fiscal não poderia prevalecer. Cerca de 500 mil pescadores recebem o benefício. “Há, portanto, indícios robustos de que as razões ambientais não foram aquelas que predominaram na decisão de suspender o período de defeso”, afirmou Barroso.
Cada pescador beneficiado com o seguro-defeso recebe um salário mínimo mensal por até cinco meses como forma de compensação pelo período de proibição da pesca artesanal. Originalmente, o defeso foi suspenso por uma portaria dos Ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente, para recadastramento. A portaria, no entanto, foi posteriormente derrubada pelo decreto do Congresso.
 
A ação foi apresentada pela presidente Dilma Rousseff, que alegou "incerteza" em relação aos destinatários do benefício, defendendo ser necessário realizar um recadastramento dos pescadores para evitar fraudes no recebimento. Além disso, argumentou ser preciso reavaliar o período para a preservação dos peixes.
 
Segundo o Ministério da Agricultura, a liberação da pesca não causaria impacto no meio ambiente. Deputados contrários à portaria, porém, argumentaram que a liberação da pesca no período reprodutivo poderia comprometer a produção pesqueira no futuro.
Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/2016/03/ministro-do-supremo-restabelece-pagamento-de-seguro-defeso.html

segunda-feira, 7 de março de 2016

Novo Terminal Pesqueiro de Sergipe atenderá mais de 12 mil profissionais

Previsão do término da obra é dezembro deste ano. 
Local vai ser centro de comercialização de peixes e frutos do mar.
Do G1 SE

Terminal Pesqueiro Público de Aracaju está sendo construído para suprir uma antiga demanda da categoria (Foto: Marcelle Cristinne/ASN)

Moderno, com capacidade inicial para atender mais de 12 mil pescadores de 27 colônias sergipanas e investimento total de R$ 14 milhões, o Terminal Pesqueiro Público de Aracaju está sendo construído para suprir uma antiga demanda da categoria.

“O terminal é um avanço e uma conquista para os pescadores e colônias que correram atrás desse local. Imagino que vai ser melhor em termos de organização, o acesso para ancoragem da embarcação vai ser facilitado, e que nós e os consumidores teremos acesso direto ao pescado. Vai dar gosto trabalhar em um lugar assim, limpo e organizado, e que trará benefícios enormes para a população”, enfatizou Rosa Clélia Lima, conselheira fiscal da Colônia de Pescadores Z1.Segundo o Governo do Estado, o local vai ser centro de comercialização de peixes e frutos do mar, oferecerá alimentos conservados em espaço limpo e refrigerado, e facilitará o acesso de consumidores. A previsão do término da obra é dezembro deste ano.

Com área total de 1.256 m², o Terminal Pesqueiro Público de Aracaju é erguido na avenida Otoniel Dórea, em frente ao Mercado Antônio Franco, e conta com recursos provenientes do Governo Federal.

De acordo com o diretor técnico da Companhia Estadual de Habitação e Obras Públicas (Cehop), Howard Lima, os pescadores terão acesso à cais de atracação com 632 m², além de áreas para recepção, seleção, beneficiamento e comercialização dos produtos, espaço para armazenamento de gelo e câmaras frigoríficas.

“É um projeto moderno, que tem toda estrutura para receber pescado e frutos do mar, e ampliar a produção. É um ganho muito grande para o estado, porque os produtos dali serão comercializados em todo Sergipe. Estávamos precisando de um local como esse, pois o alimento era manuseado de forma artesanal, sem higiene alguma, e agora a qualidade vai melhorar”, comentou Howard.

O secretário de Estado da Agricultura, Esmeraldo Leal, explica que além do benefício econômico, o terminal também será um ponto turístico, por estar em uma área de referência na capital. “Vai passar a ser um dos prédios mais bonitos do Centro, ficando dentro de uma paisagem urbana e valorizando ainda mais nossa cidade. Além, disso, o lugar também tem um peso extraordinário por ser o único ponto no estado que vai receber pescados com todas as condições higiênicas e sanitárias exigidas pelo Ministério da Agricultura”.

A concentração da produção de pescado no Terminal Pesqueiro vai proporcionar ainda, segundo Esmeraldo, o controle da quantidade produzida em Sergipe. “Teremos condições de organizar melhor a produção de peixe do estado, que é muito grande, e conseguiremos transformar isso em números para mostrar a força da piscicultura no estado”, concluiu o secretário.

Do ponto de vista econômico, o assessor do governo, Ricardo Lacerda, acredita que o terminal proporcionará aumento de renda para os pescadores, viabilizando a redução do papel dos intermediários na comercialização, e aumentando a parcela da renda da atividade.

O pescador Sérgio Ricardo Ramos, que está no ramo há 15 anos, confirma essa questão, alegando que terá melhores condições de negociação após a inauguração do centro de pesca. “Vai ajudar muito, pois hoje em dia pegamos o pescado e entregamos no mercado. Com isso, quem determina os preços são os cambistas e nós saímos perdendo. Com o centro de pesca, a ideia é que o próprio entreposto determine os valores”, comentou.

O centro de produção e comercialização de pescados será composto por sala de higienização de equipamentos, depósito, recepção e controle; espaço administrativo com lobby, lanchonete, cozinha, sala de reunião, salas administrativas, sanitários e sala de aula; câmara de espera; depósito de resíduos; casa de máquinas; estação de tratamento de esgoto; reservatórios; e tanque de reservação de óleo combustível com estrutura em concreto armado.

O espaço interno contará com sala de higienização, vestiários e sanitários para funcionários e tripulação, além de rampas e elevador de acesso. Todo o projeto foi pensado para proporcionar mobilidade para pessoas com deficiência.

O secretário de Estado da Infraestrutura, Valmor Barbosa, acredita que o Terminal será um marco para cultura da pesca no estado. “Os mais de 12 mil profissionais da Grande Aracaju e região Sul do Estado desenvolverão suas atividades com melhorias na estrutura, serviços profissionalizados e aprimoramento na qualidade dos produtos oferecidos, o que resultará não apenas na redução de custos, mas, principalmente no amplio das vendas dos peixes e pescados para grandes varejistas dentro e até fora de Sergipe”, avaliou.

*Com informações da ASN

sábado, 20 de fevereiro de 2016

DERRAME DE ÓLEO ATINGE RESERVA AMBIENTAL EM PIRAMBU

Tamar vai avaliar se houve prejuízos às tartarugas


 Amostras serão enviadas para análise (Foto: Arquivo Portal Infonet) Amostras serão enviadas para análise (Foto: Arquivo Portal Infonet)
O derrame de óleo que atingiu a Praia de Pirambu nesta quarta-feira, 17, também chegou à reserva Santa Isabel, área vinculada ao Instituto Chico Mendes e que serve como base do projeto Tamar.

O chefe da divisão técnica do Ibama, Romeu Boto, revela que a mancha de óleo atingiu uma área de 30 km, dos quais 12 km foram atingidos de maneira mais efetiva, incluindo a  região onde localizada a reserva ambiental.
 
Ainda de acordo com Boto, boa parte da área já está limpa, porém os impactos à vida das tartarugas marinhas que desovam na região ainda não puderam ser avaliados. Equipes do Tamar analisarão a situação.
 
“As manchas de óleo foram avistadas pela manhã, mas ainda não dá para dizer se houve impacto efetivo às tartarugas marinhas porque elas só desovam no período noturno. A maior parte da área já está limpa, mas só amanhã vamos notar se houve prejuízos à vida das tartarugas”, detalha.
Causas
Conforme já anunciado, Romeu Boto explica que inicialmente o fato não está ligado à nenhuma plataforma de Petrobras, mas possivelmente a um derrame feito por algum navio que passou pela região.
 
“Num primeiro momento, trata-se de uma mancha órfã. Não há registro de anomalia no sistema de produção da Petrobras. Então, não há ligação direta com a produção de petróleo da estatal. Pode ter sido o resultado de alguma lavagem de tanque de navio ou algo parecido”, detalha.
Investigação
Assim como o Ibama, a Petrobras também colheu amostras de óleo para garantir oficialmente que o produto não é oriundo de nenhuma das plataformas instaladas nas empresas da Sergipe e Alagoas.
A Marinha também esteve no local, colheu o produto, e já informou ao Ibama o rastreamento de dois navios que circularão naquela região entre os dias 13 e 16.
A partir de agora, com informaçõe da Marinha,  o Ibama atuará para identificar a origem dos navios e investigar a responsabilidade pelo derrame de óleo no litoral sergipano. A Prefeitura de Pirambu já anunciou que vai processar os responsáveis pelo fato.

Ibama apreende 2500 caranguejos no período de defeso

Apreensões foram feitas nos três primeiros defesos de 2016

Apreensões foram feitas nos três primeiros defesos de 2016 (Foto: Arquivo Portal Infonet)
Apreensões foram feitas nos três primeiros defesos de 2016 (Foto: Arquivo Portal Infonet)

















O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em Sergipe já apreendeu aproximadamente 2500 caranguejos durante os três primeiros períodos de defeso, época em que o transporte e a venda de qualquer indivíduo dessa espécie ficam proibidas.
 
Quem atua cem uma destas atividades, tem até o último dia que antecede o início do defeso para fornecer ao Ibama a relação detalhada dos estoques de animais vivos, congelados, pré-cozidos, inteiros ou em partes. Já no período de defeso equipes do Ibama visitam mercados municipais, bares, além de locais de captura e armazenamento de caranguejos para fiscalizar se o estoque está de acordo com as informações declaradas.
 
“Com os dados declarados no período que antecede o defeso, o Ibama vai até os locais fazer a conferência do estoque. Se tiver mais do que o declarado, o estoque excedente é apreendido. Caso seja encontrado um indício de redinha, que é um apetrecho de captura proibido, mas frequentemente colocado no buraco do caranguejo, o estoque inteiro é apreendido”, detalha o chefe da Divisão Técnica do Ibama, Romeu Boto. Somente em uma fiscalização realizadas nos bares da praia de Aruana no último fim de semana, 621 caranguejos foram apreendidos.
 
Romeu explica que últimos períodos de defeso ocorreram entre 10 e 15 de janeiro; 24 a 29 de janeiro; e de 9 a 14 de fevereiro. Os próximos estão marcados para 23 a 29 de fevereiro; 9 a 14 de março e 24 a 29 de março.
Nos próximos dias, o Ibama fará ações de orientação às pessoas que trabalham com os caranguejos. Uma delas está marcada para esta quinta-feira, 18, a partir das 9h, no Mercado do conjunto Augusto Franco.
Defeso
O defeso acontece todos os anos, nos meses que vão de janeiro a abril e tem como finalidade garantir a preservação da espécie caranguejo-uçá. Neste período, que é conhecido popularmente como 'andada', os caranguejos machos e fêmeas saem de suas galerias (tocas) e andam pelos manguezais para o acasalamento e liberação dos ovos. Quem desrespeitar a lei, pode ser penalizado com multa que varia de R$ 700 a R$ 100 mil.

Fonte: Potal Infonet Fonte da Foto: Arquivo Portal Infonet
Data Original: 17/02/2016 - 20:10
 

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

HISTÓRIA DE ARACAJU COMEÇA PELA COLÔNIA DE PESCADORES

HISTÓRIA DE ARACAJU - SERGIPE  ( parte 1)


A história da capital de Sergipe, Aracaju - antigo povoado Santo Antônio de Aracaju é uma das mais inusitadas. Sua fundação ocorreu inversamente ao convencional. Ou seja, não surgiu de forma espontânea como as demais cidades, foi planejada especialmente para ser a sede do Governo do Estado. Passou à frente de municípios já estruturados, principalmente São Cristóvão, do qual ganhou a posição de capital. Acredita-se que uma capelinha, a Igreja de Santo Antônio, erguida no alto da colina, tenha sido o início da formação do arraial que se transformaria depois na capital do Estado. A cidade de Aracaju, hoje com cerca de 460 mil habitantes, surgiu de uma colônia de pescador que pertencia juridicamente a São Cristóvão. Seu nome é de origem tupi, e, segundo estudiosos da língua indígena, significa cajueiro dos papagaios. Por ter o privilégio de estar localizado no litoral e ser banhado pelos rios Sergipe e Vaza-Barris, o pequeno povoado foi escolhido pelo presidente da província, Inácio Joaquim Barbosa, para ser a sede do Governo. Deixou para trás, além de São Cristóvão, grandes cidades como Laranjeiras, Maruim e Itaporanga d’Ájuda.

Inácio Barbosa assumiu o governo em 1853 com o desejo de fazer prosperar ainda mais a província. Ele sabia que o desenvolvimento do Estado dependia de um porto para facilitar o escoamento da produção. Apesar de várias cidades no Estado estarem desenvolvidas econômica e socialmente, faltava essa facilidade. O presidente contratou o engenheiro Sebastião José Basílio Pirro (homenageado com nome de rua em Aracaju) para planejar a cidade, que foi edificada sob um projeto que traçou todas as ruas em linha reta, formando quarteirões simétricos que lembravam um tabuleiro de xadrez. Com a pressa exigida pelo Governo, não houve tempo para que fosse feito um levantamento completo das condições da localidade, criando erros irremediáveis que causam inundações até hoje. O projeto da cidade se resumia em um simples plano de alinhamentos de ruas dentro de um quadrado com 1.188 metros. Estendia-se da embocadura do Rio Aracaju (que não existe mais), até as esquinas das avenidas Ivo do Prado com Barão de Maruim, e a Rua Dom Bosco (antiga São Paulo).

A cidade cresceu inflexível dentro do tabuleiro de xadrez. Aterrou vales e elevou-se nos montes de areia. Foram feitas desapropriações onerosas e desnecessárias, para que o projeto mantivesse a reta. A única exceção foi uma alteração imposta pelo próprio presidente, permitindo que a Rua da Frente ganhasse uma curva, criando a bela avenida que margeia o rio Sergipe.
 
As terras de Aracaju originaram-se das sesmarias, doadas a Pero Gonçalves por volta de 1602. Compreendiam 160 quilômetros de costa, que iam da barra do Rio Real à barra do Rio São Francisco, onde em toda as margens do estuário não existia uma vila sequer. Apenas eram encontrados arraiais de pescadores. Há notícias de que às margens do Rio Sergipe, em 1669, existia uma aldeia chamada Santo Antônio do Aracaju, cujo capitão era o indígena João Mulato.

Quase um século depois, essa comunidade encontrava-se incluída entre as mais mportantes freguesias de Nossa Senhora do perpétuo Socorro do Tomar do Cotinguiba. Os fatos mais relevantes da vida política de Aracaju estão registrados a partir de 1855. O desaparecimento das lutas e agitações da vida colonial possibilitou o crescimento da economia. O açúcar, produto básico da província, era transportado por navios que traziam em troca mercadorias e as notícias do reino. Gentílico: aracajuano Formação Administrativa Distrito criado com a denominação de Aracaju, pela lei provincial nº 473, de 28-03- 1837. Elevado à categoria de município e capital do estado de Sergipe, pela lei provincial nº 473, de 17-03-1855. Sede no atual distrito de Aracaju. Constituído do distrito sede. Pela lei municipal nº 84, de 27-01-1903, são criados os distritos de Barra dos Coqueiros e Porto Grande e anexado ao município de Aracaju.

Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município aparece constituído de 3 distritos: Aracaju e Barra dos Coqueiros e Porto Grande. Assim permanecendo nos quadros do recenseamento geral de 1-1X-1920. Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município aparece constituído de 2 distritos: Aracaju e Barra dos Coqueiros.
 
Não figurando o distrito de Porto Grande. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-VII-1950. Pela lei estadual nº 525-A, de 25-11-1953, desmembra do município de Aracaju o distrito de Barra dos Coqueiros. Elevado à categoria de município. Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído do distrito sede. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.

domingo, 14 de fevereiro de 2016

OBRAS DO NOVO TERMINAL PESQUEIRO SEGUEM DENTRO DO CRONOGRAMA

Provando que a melhor maneira de enfrentar as dificuldades é promover a aceleração do crescimento sócioeconômico, o Executivo Estadual tem intensificado as ações de contribuição para o progresso e desenvolvimento em todos os territórios sergipanos. Por meio da Secretaria de Estado da Infraestrutura e do Desenvolvimento Urbano (Seinfra) em parceria com a Companhia Estadual de Obras Públicas (Cehop), o Governo de Sergipe vem executando dentro do cronograma as obras do novo terminal pesqueiro de Aracaju.

Com investimentos no valor de R$ 7.290.032,10, oriundos do Governo Federal, o futuro terminal pesqueiro será edificado na Avenida Otoniel Dórea, em frente ao Mercado Antônio Franco, tendo 1.256,22 m² de área construída e que já se configura como o maior investimento de um Governo em prol da cultura da pesca no estado.

Os serviços
Segundo o secretário estadual da Infraestrutura e do Desenvolvimento Urbano, Valmor Barbosa, os trabalhos estão em ritmo acelerado. “Diariamente 27 profissionais executam o cravamento das estacas de concreto, que variam de 4 a 17 metros de comprimento, bem como na construção da plataforma que servirá como suporte para o equipamento de bate-estaca, uma vez que a edificação avançará cinco metros adentrando o rio”, explica.

Ele diz que pelo bom andamento dos serviços a celeridade será mantida. “Das 78 estacas que fazem parte da obra, 18 já foram cravadas, concluído esse serviço será feita a prova de carga a fim de comprovar a resistência adequada. Posteriormente executaremos o corte de arrasamento no nível de cada uma, para só então dar início a estrutura da edificação (vigas e sapatas). No entanto, convém ressaltar que durante o processo de cravamento das estacas dentro do rio, outros serviços na área externa do terreno poderão ser desenvolvidos paralelamente, o que manterá o ritmo da obra a todo vapor”, afirma.

O novo terminal

A edificação do novo terminal será em dois níveis e composta de um espaço administrativo com lobby, lanchonete, cozinha, sala de reunião, salas administrativas, sanitários e sala para treinamento. Para o tratamento e distribuição de pescado e frutos do mar, a estrutura terá um cais de atracação com 632,00 m², áreas para recepção, seleção, beneficiamento e comercialização dos produtos, salas de higienização de equipamentos, depósito, recepção e controle, depósito de caixas limpas, higienização e embalagem, câmaras frigoríficas, silo de gelo, câmara de espera, depósito de resíduos e casa de máquinas, dentro das determinações estabelecidas pela Vigilância Sanitária.

Completando as dependências essenciais, o espaço interno terá uma sala de higienização, vestiários e sanitários para funcionários e tripulação, rampas e elevador de acesso, além de uma estação de tratamento de esgoto.

por Agência Sergipe

ORIGEM DAS COLÔNIAS DE PESCADORES


Por que a maioria das categorias de trabalhadores se organizam em sindicatos e somente os pescadores artesanais em colônias? As primeiras colônias de pescadores do Brasil foram fundadas a partir de 1919, implementadas pela Marinha de Guerra. Dois grandes fatores contribuíram para essa investida do Estado: primeiro, o país começou o século XX importando peixes, apesar de possuir um vasto litoral e uma diversidade de águas interiores; segundo e mais importante, após a Primeira Guerra Mundial (1914-1917) aumentou o interesse do Estado na defesa do extenso litoral brasileiro.

O termo colônia significa agrupamento, aglomerado. Foi isto que a Marinha fez, agrupou os pescadores em função de seus interesses. No ano de 1919 teve início a Missão do “Cruzador José Bonifácio”, grande embarcação da Marinha que tinha à frente o Comandante Frederico Villar, a quem foi designada a tarefa de organizar os pescadores do Brasil. A embarcação saiu do Rio de Janeiro com destino a Belém do Pará, por onde começaram a ser criadas as primeiras colônias.

O discurso instituído para fundar as colônias baseou-se na defesa nacional, pois ninguém melhor que os pescadores conhecem os “segredos” de rios e mares. Os conhecimentos, adquiridos e sistematizados durante décadas, eram de interesse da Marinha. Eles detêm um mapa mental sobre a geografia do lugar, conhecem rios, furos, canais, atalhos, lugares rasos e fundos que eram de interesse do Estado. O lema adotado pela Marinha para a fundação das colônias foi: “Pátria e Dever”.

O primeiro estatuto das colônias de pescadores data de 1º de janeiro de 1923, proveniente da Marinha. As colônias eram definidas como “agrupamento de pescadores ou agregados associativos”. Para poder pescar os pescadores eram obrigados a se matricular nas colônias.

Em 1920 foi criada a Confederação dos Pescadores do Brasil. Até então, as relações instituídas entre pescadores e Estado se caracterizavam pelo paternalismo e assistencialismo. No processo de “conquista” da confiança dos pescadores, o Estado prestou serviços gratuitos em embarcações, doou redes, ofereceu serviços de saúde, além de ter criado algumas escolas para os filhos dos pescadores, denominadas de Escoteiros do Mar, com finalidade de militarização e treinamento para os jovens.

Na década de 1930, com a instituição do Estado Novo na era Vargas, a organização dos pescadores passou por algumas mudanças. Através do Decreto nº 23.134/33, foi criada a Divisão de Caça e Pesca, cujo objetivo seria gerenciar a pesca no país. Os pescadores deixaram de estar subordinados ao Ministério da Marinha e passaram para controle do Ministério da Agricultura. Este elaborou o primeiro Código de Pesca, em janeiro de 1934, subordinando os pescadores à Divisão de Caça e Pesca.

Com o advento da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), novas mudanças são introduzidas na organização dos pescadores artesanais. Através do Decreto-Lei nº 4.890 de outubro de 1942, foi transferida a subordinação dos pescadores do Ministério da Agricultura para o da Marinha.

Na década de 1960 o novo Código de Pesca foi instituído em pleno regime militar, através do Decreto nº 221 de 28 de fevereiro de 1967, estabelecendo normas para o exercício da atividade da pesca. A partir de então, a organização dos pescadores retornou para a tutela do Ministério da Agricultura, que instituiu um novo e único estatuto para todas as colônias de pescadores, através da Portaria nº 471 de 26 de dezembro de 1973.

No ano de 1985, a Confederação Nacional de Pescadores convocou as Federações Estaduais a realizar assembleias e eleger delegados para compor um grupo que foi denominado de “Movimento Constituinte da Pesca”, cuja finalidade foi apresentar propostas aos parlamentares, reivindicando benefícios aos pescadores. Após a promulgação da nova Constituição, em 5 outubro de 1988, as colônias foram equiparadas em seus direitos sociais aos sindicatos de trabalhadores rurais, pois o artigo 8º trata exclusivamente destas questões. As colônias, então, passaram a ter autonomia, sem a intervenção do Estado.

Sérgio Cardoso de Moraes
Sociólogo, Doutor em Educação
Diretor Geral do Núcleo de Meio Ambiente da UFPA
E-mail:

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

O DIRETORIA DA COLÔNIA DE PESCADORES Z-1, DESEJA Á TODOS UM FELIZ CARNAVAL, VEJA A PROGRAMAÇÃO DO RASGADINHO DE ARACAJU.


APONTADAS COMO CULPADAS POR MICROCEFALIA, MÃES SE VEEM ABANDONADAS POR MARIDOS

Especialista afirma ser comum que companheiros ou pessoas da família responsabilizem mães por fetos com malformações
Por Elioenai Paes - iG São Paulo
Mães que foram picadas pelo Aedes aegypti e infectadas pelo zika tiveram bebês microcéfalos
STOCKXPERT
Mães que foram picadas pelo Aedes aegypti e infectadas pelo zika tiveram bebês microcéfalos
A expectativa de toda mulher que deseja engravidar é, depois de nove meses, ter um bebê saudável nos braços, que corresponda prontamente a todos os estímulos naturais esperados para cada fase da vida. Mas, quando ela descobre, ainda na gestação, que a criança sofreu uma malformação no crânio e nascerá com microcefalia, a decepção e o medo vêm e, sem o apoio psicológico, essa mãe pode sucumbir.
Além do drama e das dificuldades que a mulher enfrentará na criação da criança, a situação se complica ainda mais devido aos preconceitos nutridos por ela própria e pelas pessoas de seu entorno, de acordo com especialistas ouvidos pelo iG. Casos de maridos que abandonam suas companheiras se tornaram comuns, pois eles não sabem como lidar com a situação – e a própria sociedade acaba por culpar essas mães pela infecção pelo zika vírus, responsável pelo boom de casos de microcefalia no País nos últimos meses.
 
“É uma situação muito difícil, pois um filho envolve uma série de expectativas e, qualquer que seja a deficiência, vai gerar uma frustração muito grande, que os pais precisarão lidar e gerenciar da melhor forma possível”, explica a psicoterapeuta Andreia Calçada. O Ministério da Saúde já confirmou um total de 4.783 casos suspeitos de microcefalia em território nacional – 1.447 somente em Pernambuco –, a maioria com ligação com o zika.
Psicólogo e coordenador do Programa de Avaliação do Estresse do Centro Avançado em Saúde da Beneficência Portuguesa de São Paulo, Armando Ribeiro afirma que o Conselho Regional de Psicologia já notificou seus membros para, sempre que possível, iniciar o mais rapidamente o tratamento psicoterápico em gestantes com suspeita de bebês com microcefalia.
 
“As mulheres estão passando por um período de muita angústia quando desconfiam que podem ter sido infectadas pelo zika vírus. Angústia, depressão e quadros de ansiedade são comuns”, enumera.
“Além disso, apesar de a mulher não ter culpa de ter sido picada pelo mosquito, é quase que instintivo entre as mães se culparem ou serem apontadas como responsáveis por qualquer deformidade pelos seus parceiros. Temos de lembrar que nossa sociedade ainda é machista e, muitas vezes, despreza e desvaloriza o papel da mulher. Existem vários problemas de saúde que não se previnem e nem há meios de garantir que não vão acontecer.”
“Esquecer [o repelente] não é exclusivo da mulher, é humano!”Ribeiro lembra que, de fato, se a mulher deixar de aplicar repelente em alguma área do corpo, ela poderá ser picada e, consequentemente, infectada. Mas ressalta que isso não pode ser motivo para culpá-la pela doença, já que "esquecer não é exclusivo da mulher, é humano!”
“Infelizmente, ainda existe na nossa sociedade uma cobrança maior sobre esta mulher que concebe. É uma visão mais machista, mais autoritária. Até mesmo em casos de infertilidade, é comum os homens acusarem as mulheres. É duro para os homens assumirem que são eles que podem ter a dificuldade", aponta ele.
“É comum acontecerem divórcios, separação, distanciamento do pai por não saber lidar com a criança com malformação, e as mães se veem abandonadas e culpadas por uma coisa que elas não têm controle nenhum."
 
O acompanhamento psicológico, portanto, é essencial para ajudá-las a lidar com a nova perspectiva. E, de preferência, deve ser feito também com o companheiro, pois, assim, ele aprenderá a aceitar o novo cenário e a apoiar a mulher, possibilitando a redução os casos de abandono em momentos críticos.
Mosquito Aedes aegypti é responsável pela transmissão do zika vírus, dengue e chikungunya
iStock
Mosquito Aedes aegypti é responsável pela transmissão do zika vírus, dengue e chikungunya
Rejeição ou superproteçãoO especialista em gerenciamento do estresse conta que há casos em que a mãe, pelo abalo psicológico, acaba ela própria rejeitando a criança ou não a amamentando, e cita ainda outros que podem ser tão nocivos quanto, de superproteção, por inibirem o desenvolvimento da criança. 
“A psicoterapia é fundamental, pois a microcefalia é uma condição de saúde que não tem cura e envolve outras síndromes, como diminuição da audição, da visão e outras dificuldades”, explica o psicólogo. “É preciso planejar uma vida em que dificuldades estarão presentes."
 
A psicoterapeuta Andreia Calçada ressalta ser importante que os pais tenham essa aceitação para poderem apoiar um ao outro: “Precisamos fazer um estímulo cognitivo, para que essas dificuldades sejam atenuadas e eles possam dar suporte à criança, tanto no momento inicial quando posteriormente, na educação e desenvolvimento”.
Entenda como a psicoterapia é feitaAndreia explica que a psicoterapia pode ser individual ou famíliar e, dependendo do caso, é possível que a pessoa compareça às sessões apenas uma vez por semana. Em casos de mães com depressão ou histórico de outros problemas, no entanto, pode ser necessário aumentar a periodicidade e alongar o tempo do tratamento.
Ribeiro comenta que a terapia cognitivo-comportamental é uma abordagem eficaz. “A essência da terapia é responder aos nossos erros cognitivos ou distorções de pensamento. Não é a malformação que faz a pessoa sofrer angústia ou depressão, mas a interpretação negativa e viciosa que acontece na mente", explica. 
“O ser humano tem tendência a não deixar imagens em branco na mente, então, quando não temos uma informação completa, a mente cria cenários muito negativos para tentar se precaver, e isso vai levar a um nível de estresse crônico que afeta a vida."

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

MEDIDA PROVISÓRIA PERMITE INGRESSO FORÇADO EM IMÓVEIS PARA COMBATER AEDES


Medida busca intensificar o combate ao Aedes aegypti. Foto: Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas
Medida busca intensificar o combate ao Aedes aegypti. Foto: Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas

A presidente Dilma Rousseff editou a Medida Provisória 712 para dispor sobre a adoção de medidas de vigilância em saúde diante da presença do Aedes aegypti, mosquito transmissor do vírus da dengue, do vírus chikungunya e do zika vírus. A MP está publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira. 
A MP autoriza, no caso de situação de iminente perigo à saúde pública em virtude do mosquito, a autoridade máxima do Sistema Único de Saúde (SUS) de âmbito federal, estadual, distrital e municipal a determinar e executar as medidas necessárias ao controle das doenças nos termos da legislação vigente, incluindo ingresso forçado de agente de saúde em imóveis públicos ou particulares, no caso de situação de abandono ou de ausência de pessoa que possa permitir o acesso do profissional. Se necessário, o agente público competente poderá requerer o auxílio à autoridade policial, diz a norma. 
Entre as medidas que podem ser executadas, a MP ainda cita as visitas tradicionais a imóveis públicos e particulares para eliminação do mosquito e de seus criadouros e a realização de campanhas educativas e de orientação à população. 
O texto permite também o ingresso forçado em imóveis "sempre que se verificar a existência de outras doenças, com potencial de proliferação ou de disseminação ou agravos que representem grave risco ou ameaça à saúde pública, condicionada à Declaração de Emergência em Saúde Pública".
 
Fonte: Diário de Pernambuco.

domingo, 24 de janeiro de 2016

PERITOS DO INSS VOLTAM AO TRABALHO NA SEGUNDA-FEIRA, MAS MANTÊM ESTADO DE GREVE

FONTE: Yara Aquino – Repórter da Agência Brasil
Servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) entraram em greve por tempo indeterminado. Eles reivindicam reajuste salarial de 27,5% e melhores condições de trabalho (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Mais de 1,3 milhão de perícias deixaram de ser feitas no período da greve Arquivo/Agência Brasil
Após mais de quatro meses em greve, os médicos peritos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) devem voltar ao trabalho na próxima segunda-feira (25). A greve começou no dia 4 de setembro do ano passado.
 
O presidente da Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP), Francisco Eduardo Cardoso, informou que será mantido o estado de greve e que os profissionais farão apenas o atendimento àqueles que ainda não se submeteram à perícia médica inicial. Segundo Cardoso, não estão descartadas novas paralisações. A greve dos médicos peritos foi iniciada o dia 4 de setembro do ano passado.
 
“Só vamos fazer atendimentos emergenciais dos que não passaram pelas perícias. As perícias já dadas, casos de acidente de trabalho, aposentadoria especial, aposentadoria por invalidez – qualquer um desses serviços vai continuar paralisado. O foco é o atendimento inicial do auxílio-doença. Quem tiver perícia de prorrogação, nem adianta aparecer porque não vai ser atendido”, disse o médico. Segundo Cardoso, o atendimento não será normalizado enquanto não houver avanço nas negociações com o governo.
 
A decisão de retornar ao trabalho foi tomada em assembleia geral extraordinária da categoria no último dia 16, conforme registra nota da ANMP divulgada à imprensa. “Os peritos médicos do INSS irão retornar aos postos de trabalho, em estado de greve, para manter apenas o atendimento essencial, ou seja, aqueles que ainda não se submeteram à perícia médica inicial. Os segurados que já se encontram amparados pelo benefício previdenciário têm seus direitos mantidos e deverão continuar recebendo”, diz o texto.
Em nota divulgada hoje, o instituto diz que o retorno dos peritos ao trabalho “permitirá ao INSS envidar esforços para uma rápida e completa regularização do atendimento à população, reduzindo o tempo de espera pela perícia médica e agilizando a conclusão dos processos represados”. Além disso, o INSS informa que os direitos dos segurados e os efeitos financeiros dos benefícios concedidos retroagem à primeira dada agendada, mesmo que a perícia médica tenha sido remarcada durante a paralisação.
Conforme estimativa divulgada pelo INSS no início deste mês, mais de 1,3 milhão de perícias deixaram de ser feitas desde o começo da greve.
Entre as reivindicações dos profissionais está o aumento salarial de 27,5%, em no máximo duas parcelas anuais, a efetivação em lei da redução da carga horária de 40 horas para 30 horas semanais, a recomposição do quadro de servidores e o fim da terceirização da perícia médica, com retorno da exclusividade da carreira médica pericial.
Em nota divulgada no início do mês, o Ministério do Planejamento informou que o governo apresentou, em ofício enviado à Associação dos Médicos Peritos no dia 8 de dezembro, proposta que abrange a maioria dos pontos exigidos na mesa de negociação. De acordo com o ministério, os termos do acordo encaminhado aos peritos médicos incluem os mesmos itens oferecidos às demais categorias do funcionalismo, como reajuste de 10,8%, a ser pago em duas vezes, e reajuste dos benefícios sociais.
Edição: Nádia Franco